sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cardona faz discurso oficial na "sessão farroupilha"

O vereador Marcelo Cardona foi o orador oficial da sessão solene realizada no Parque Centenário, dentro da programação da Semana Farroupilha. Falou sobre a reverência ao 20 de setembro e fez um chamamento para que todos sejam cidadãos comprometidos e responsáveis por uma sociedade melhor. Confira o discurso na íntegra:
"Boa noite senhoras e senhores.
Peço licença ao prefeito Percival de Oliveira e aos meus colegas vereadores, para uma saudação especial ao patrono da Semana Farroupilha de Montenegro, o ex-vereador Altacir Martins da Silva, que infelizmente não pode estar conosco hoje, e ao presidente da Comissão Executiva da Semana Farroupilha, o senhor Lauro de Andrade. Dois autênticos representantes do tradicionalismo montenegrino. Dois corações gaúchos que, nesta época do ano, batem mais forte... Emocionados...
Uma referência especial também à direção e colaboradores da Arte Som Instrumentos Musicais, empresa homenageada em 2011. Parabéns Ademir Fachini. Muito justo este reconhecimento ao seu espírito empreendedor e comunitário.
Meus cumprimentos, ainda, a todos os peões e prendas que se dedicam às lidas campeiras e artísticas. Que trabalham com afinco para que o nosso Parque Centenário se transforme no nosso acampamento farroupilha, onde a chama crioula ilumina o culto às tradições e aquece nossa convivência. Um lugar onde renovamos, todos os anos, nosso amor e orgulho pelas coisas da nossa terra.
Reviver a história, relembrar o passado, a cada ano, principalmente durante a Semana Farroupilha, é o que assegura a manutenção da nossa identidade gaúcha. Poucos estados brasileiros celebram com tanta empolgação e respeito suas datas cívicas.
Como diz o poema de Marco Aurélio Campos
“Sou raiz, sou sangue, sou verso...
Sou maior que a história grega...
Eu sou gaúcho e me chega...
Prá ser feliz no universo”.
A Semana Farroupilha é uma unanimidade regional. Reúne cidadãos de todas as origens e classes sociais. Congrega patrão e peão, brancos, índios, negros, mestiços, descendentes de alemães, italianos, polacos, portugueses... Gremistas e colorados... Acho que em nenhum outro lugar se canta o hino do estado com tamanha reverência. É sempre uma emoção entoar o refrão que nos remete aos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Um orgulho pertencer à nobre estirpe de um povo trabalhador, próspero, valente e hospitaleiro. Forjado pelos ventos, ora minuano e gelado, ora do norte e abafado. Calcado em valores morais. Alicerçado na família, na terra, na força do trabalho.
É uma grande honra ser o orador nesta sessão solene da Câmara de Vereadores. Quero, de maneira simples, mas direta, fazer um chamamento a todos. Que não esqueçamos os ideais e a força que nos move e nos une.
Os farroupilhas de ontem e os farroupilhas de hoje são aqueles que lutam, todos os dias, para termos uma sociedade melhor. Cada um do seu jeito. Cada qual na sua lida.
Pensemos, pois, no que somos e fazemos hoje. No que podemos melhorar. Numa forma de participar. Nossos antepassados lutaram tanto por princípios democráticos e de liberdade. A nós cabe aprimorá-las. Sempre. Todos os dias. A fim de que a cidadania seja plena e todos sejam partícipes na construção de uma cidade, um estado e um país mais justo e feliz.
Como diz nosso hino “Sirvam nossas façanhas de modelo... De modelo a toda a terra”. Hoje nós reverenciamos aqueles farroupilhas que lutaram contra o autoritarismo. Sentimos orgulho pelo que fizeram. O que será que pensarão, ou dirão de nós daqui a 10, 50, 100 ou 176 anos? Depende do que somos e fazemos hoje para sermos lembrados pelas próximas gerações. Que as nossas façanhas sirvam de exemplo para nossos filhos, nossos netos e todos aqueles que virão depois. Que eles possam também sentir orgulho de nós. Possam, reunidos numa roda de chimarrão, em volta de um braseiro, ou numa solenidade cívica alusiva ao 20 de setembro, contar sobre uma época em que homens e mulheres fizeram a diferença. Construíram, através da participação, e do comprometimento, uma cidade melhor.
Somos gaúchos. Trazemos conosco uma certa inquietação. Uma ânsia que nos leva à frente. Que nos move e encoraja. Pois deixemos aflorar esta ânsia para superar as adversidades. Usemos nossa inquietude para fazer diferente. Mostremos coragem e disposição. Montenegro merece. A geração futura agradece.
Patrão Lauro: Quero, para finalizar, agradecer em nome do Legislativo a oportunidade de estar presente neste acampamento farroupilha. Não tenho, como o senhor – e tantos outros peões e prendas – traquejo com o laço ou jeito para ser um bom declamador. Muito menos me arrisco numa trova ou na chula. Perdoem a minha ousadia, todos vocês aqui presentes, mas quero me despedir com um verso de Pedro Ortaça, que tantas vezes já me emocionou na voz de Jaime Caetano Braun:
Um dia, quando eu me for
Rumbeando a querência eterna
Onde bolearei a perna
diante do meu criador
Não chorem
ao pajador do velho pago florido
Que há de cantar comovido
até o último repuxo
Porque só em nascer gaúcho
vale a pena ter nascido.
Muito Obrigado!"

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